Folclore: conheça 9 Lendas do Mato Grosso do Sul

Lendas folclóricas são parte da cultura de um povo. Até o século passado era muito comum acreditar nas histórias contadas pelos avós sobre assombrações da madrugada ou seres místicos que vivem na natureza.

As lendas fazem parte do folclore (cultura popular) e são histórias fantásticas, constituídas por elementos e traços de diferentes culturas que se misturam e se harmonizaram recriando a origem de diversos personagens, bem como acontecimentos do dia a dia.

No Mato Grosso do Sul as lendas receberam influências dos países vizinhos, Paraguai e Bolívia, e ganharam ainda mais elementos ricos em cultura.

Para você conhecer mais o folclore pantaneiro do MS, separamos 9 lendas que já trouxeram muitos calafrios e tiraram o sono de muitos sul-matogrossenses à noite.


9 Lendas Pantaneiras do Mato Grosso do Sul


Sinhozinho

Na região de Bonito, tem o mito do Sinhozinho, um frei que andou pregando ensinamentos religiosos pela região nos anos 30. Pequenino, mudo, benzia, curava e se comunicava, mesmo sem dispor de voz. Desapareceu sem deixar vestígios, mas sua presença foi marcada pelas obras que fez, pelas cruzes e capela que construiu.

Uma das histórias contadas pelo povo é que Sinhozinho teria prendido, em um grande buraco de um dos morros da cidade, uma cobra gigante, selando com uma de suas cruzes. Se a mesma for descoberta e retirada a cobra sairá e poderá devorar os moradores da cidade.

Em torno desse personagem, existem vários causos que cada contador enfoca um aspecto diferente. Outra fala que a retirada da cruz inundaria a cidade de Bonito.


Tuiuiú

Tem uma lenda conhecida, que explica a tristeza do jaburu, ave símbolo do Pantanal, mais conhecida como tuiuiú.

As aves sempre foram alimentadas por um casal de índios que, após a morte, foi enterrado no local onde costumava alimenta-las. Os tuiuiús, em busca de alimentos, ficam sobre o monte de terra que cobria os corpos do casal, esperando que de lá saíssem algumas migalhas para alimenta-los. Como isso não ocorreu, ficavam cada vez mais tristes, olhando em direção ao chão. É por esse motivo que os tuiuiús parecem estar sempre tristes, olhando em direção ao solo.


João de Barro

João-de-barro é uma ave que constrói seu ninho em formato de um "forno" arredondado, geralmente em galhos mais secos de árvores e, nas cidades, em postes, pois tem uma melhor visibilidade dos arredores. Ele é comum em todas as regiões do Mato Grosso do Sul, desde o pantanal, campos e cerrados, até nos centros urbanos.

O casal se reveza na construção do ninho e todo ano fazem uma "casa" nova, pois há várias aves que roubam o espaço do João-de-barro para acasalar.

A lenda do João-de-barro conta que o ninho é construído com a abertura da "porta" voltada para o lado contrário às chuvas e ventos frequentes e, por ser religioso, suspende a construção do ninho aos domingos e dias santos.

Outra lenda, diz que o casal que constrói o ninho é bastante fiel, mas, caso a companheira do João-de-barro o traia, ele a tranca definitivamente na casinha, fechando a porta para sempre!


Mãozão ou Pai do Mato

Mãozão ou Pai do Mato é uma lenda antiga. Ele seria um bicho peludo, similar a uma anta. Quando alguém o encontra, ele cresce e se transforma em um homem cabeludo e barbudo que, ao passar sua mão pela cabeça de uma pessoa, esta ficará louca!

Apesar do nome, o Mãozão não possui mãos grandes. Mas extremamente poderosas.


Minhocão

O Minhocão é uma espécie de serpente longa e cabeçuda, com  de cor escura devido ao seu habitat - sob o barro das barrancas do rio.


A lenda diz que o Minhocão ao passar pelas margens do rio deixa marcas no chão no formato de sua imensa cabeça e quando fica zangado e faminto, serpenteia no rio de tal forma que derruba as embarcações, devorando pescadores e afundando canoas.

Alguns dizem que produz imenso ruído ao se aproximar. Pode acontecer que a pessoa, ao presenciar a um ataque do Minhocão, não supere o fato e enlouqueça!


Pé-de-Garrafa

O bicho Pé-de-Garrafa é um dos mitos mais conhecidos em Mato Grosso do Sul. Descrito como um bicho homem, cujo corpo é coberto de pelos, exceto ao redor do umbigo, dando a impressão de ter coloração branca, ponto vulnerável ao mostro. Alguns afirmam que tem cara de cavalo com um só olho no meio da testa, outros juram que tem cara de gorila e, outros ainda têm caras de cachorros.

A grande maioria descreve o bicho como possuidor de apenas um pé (embora poucos digam que ele tem dois pés), no formato de um fundo de garrafa. Isso faz com que se locomova aos pulos, como se fosse um canguru, deixando no chão, um rastro com marca de fundo de garrafa.

Solta fortes assobios para comunicar que é dono do território, podendo até hipnotizar aquele que se atreve a encara-lo. A vítima é levada para sua caverna, onde é devorada, rezam as lendas.


Come-língua

Come-língua é outro ser que povoa o imaginário das pessoas. Trata-se de um bicho que vive a arrancar a língua dos animais, que são encontrados mortos no pasto, sem vestígios de ataques de outros animais.

No Mato Grosso do Sul, o mito apresenta-se de forma de um menino-bicho. Quando vivia, o menino era mentiroso e sua mãe, antes de morrer, rogou-lhe uma praga. Tempos depois, o menino foi encontrado morto e sem língua.

Numa ocasião, um fazendeiro encontrou um gado morto no pasto e viu correr, no meio da mata, o menino com uma língua ensanguentada nas mãos verificando que o gado não mais possuía língua.


Negro-d’água

O Negro-d’água é uma espécie de bicho-homem peludo que vive nos rios, assustando pescadores e afundando embarcações. Também conhecido como Caboclo d’água em outras regiões é uma espécie de Saci-Pererê do rio, que vive fazendo travessuras com os pescadores.

Anda em bandos e, no fundo dos rios, há a cidade dos negrinhos d’água. Ás vezes, quando capturam um pescador, o leva para o fundo do rio para dar-lhe surras.


Mãe-d’água

Parente da sereia mantém o mesmo hábito de se pentear em cima de uma grande pedra.


Nos dias em que o pescador não consegue pegar peixe, dizem que a mãe-d'água é que passou perto do azol, pois é protetora dos peixes e considerada um mito ecológico.

E você, conhece outra lenda do Mato Grosso do Sul? Envia pra gente!


Fonte: Lendas e Ilustrações via MidiaMax.